21.12.09

Veja bem

Se viram pra você e falam: VOU TE DAR UM MILHÃO DE REAIS, a resposta padrão é "pff". Aí imaginem que a boa alma milionária ou pretensa pelo menos fique levemente indignada com o pff. Quer dizer, a culpa é de todo o mundo que te negou dinheiro durante todo esse tempo e agora você, pobrezinha de você, não sabe acreditar na generosidade de gente com dinheiro pra dar e jogar fora.

Pra te mostrar como você vai ganhar um milhão, vamos te dar um real.

Um real esse que você nunca vê. E agora eu quero ver se indignarem com meus pffs. Falei.

1.9.09

Assimetria

Queria saber dizer pros meus amigos o quanto eles são importantes pra mim. Eles me dizem todos os dias, e eu não faço ideia de como confirmar a recíproca.

Tem cena que eu queria fotografar com o pensamento pra pendurar no quadro da vida bem pra sempre.

23.8.09

Lira dos meus fucking 20 anos.

Olha só, eu tenho 20 anos. Sempre, toda a minha vida, andei com gente mais velha, mais sabida, mais esperta e tal. Acho que isso cria uma ilusão coletiva, sabe. Que eu tenho capacidade pra acompanhar e tal. Em alguns aspectos, talvez, de vez em quando, quem sabe. Mas gente, minha gente, eu só tenho 20 anos. Meus amigos 10 anos mais velhos do que eu, quando tinham a minha idade, me veriam brincando de Barbie, sei lá. Amo meus amigos independente da idade deles. Mas façam o favor de compreender que eu tenho SÓ 20 anos e posso ficar de merdinha às vezes. Dar chilique. Gastar mal o dinheiro que ganho de mesada. Gastar tardes e tardes fazendo nada absolutamente útil. Brincar de ser responsável é legal, eu gosto de estudar, fazer minhas coisas com meus amigos gente grande, me sentir gente grande, agir como uma. Mas é um teatrão, de vez em quando, ter que segurar as lágrimas quando eu quero APELAR como uma criança irresponsável, uma adolescente birrenta, um adultinho mimado que ainda não levou na cara. Não levei na cara. Estou levando ainda. Compreendam. Preciso de colo. Chorar desesperadamente sem motivo no meio da madrugada na Praça da Liberdade no ombro de um amigo que não faz A MENOR IDEIA DO QUE ESTÁ ACONTECENDO. E nem eu fazia na época. Hoje eu repetiria a cena do mesmo jeito, com motivos diferentes que eu talvez só conheça daqui a seis meses. Mas enfim, o que eu quero dizer é que tá tudo muito errado, não podem me impedir de me sentir na fossa dos meus 20 anos porque, meus amores, é exatamente aqui que eu estou.

Na. Fossa.

13.8.09

Coadjuvantes

Se repararmos agora nos pés da nossa protagonista, veremos que o direito se esconde atrás do esquerdo, enquanto repousa o queixo à mão. É que ela esperava e achava graça, e das graças que guarda esperar, a maior bem seja a sensação de que não vem. O que está hoje lhe é tão essencial que é como se nunca fosse embora e ali sempre estivesse estado. Por mais que ache que não vem, virá. E o que está, vai embora. E ainda que queira que perdure, à protagonista não cabe produzir as vontades alheias de ir e ficar. Nos pensamentos acima do queixo acima da mão acima do cotovelo que se sustenta na mesa em que tudo acontece, ela sabe dizer de algum destino incontrolável. Espera e teme a grande troca, enquanto inventa um jeito de fazer algumas coisas ficarem. Ainda que outras precisem nunca vir.


I'm not quite sure what I'm supposed to do. Do do do... do do do oh oh.

10.8.09

Cranberries

I have decided to leave you forever, I have decided to start things from here. Thunder and lightning won't change what I'm feeling. And the daffodils look lovely today.

5.8.09

Fan Fiction Live Action

Funciona assim. Você é um personagem nesse mundo, com direito a perícias, recursos, contatos, e etc, etc, etc. E temos essa vida, em bilhões de mapas, com itens e NPCs. Às vezes perdemos o controles dos nossos personagens, e aí que os nossos fãs (!) resolvem tomar o controle das nossas histórias e inventam coisas absurdas para dar continuidade ao enredo.

Aquelas frases que você nunca diria, os lugares que você nunca iria, todas as coincidências que você simplesmente não acredita que possam ser reais, as coisas que você não faria (por incapacidade, inabilidade ou franguice mesmo), entre outros.

É um jeito que a vida inventou pra dizer que nem tudo precisa ser do jeito que deveria ser.

1.8.09

Cravo e Garoa

As ruas de São Paulo têm cheiro de Gudan. Por aqui, se anda em linha reta, com o vento frio cortando o corpo quente, cruzando o passo com pessoas que só se olham pra pedir fogo, pedir fumo. A cidade toda parece fumar, e os prédios são cinzas de todos os tons, todas as variações de frio. São Paulo é úmida, as paredes e janelas parecem chorar pela falta de cor, pelo sufoco desesperado dessas pessoas presas dentro de si, fascinantes desconhecidos que me fazem temer perguntar as horas.

A cidade não é minha, mas eu não me sinto intrusa ou turista. As ruas parecem aceitar que eu seja de fora, porque aqui em São Paulo todo mundo é de fora. É de fora do outro, é de fora de qualquer tipo de padrão que possa existir. As pessoas só são. São nada. E eu continuo pegando meu metrô, calada, quase cinza, encapotada, quente e fria, cansada, vazia e realizada.

O vento quente de São Paulo é o do corredor do metrô. Quando o trem passa e move a massa de ar que levantava minhas saias em 2004 e bagunça meus cabelos até hoje. Um caso de 5 anos, uma história mal resolvida, e falta lugar porque lugar me sobra.

E eu, camuflada de paulistana, calada, quase cinza, vivendo meus caminhos. Não se olha pro lado, não se fecham os olhos. O cheiro forte invade qualquer pensamento sobre a desproporção dos prédios e das faixas da avenida, os carros são formiga e nós não somos nada. As pessoas são nada às seis da tarde. São volume, são barulhos, são movimento e só. Mais pessoas que cheiram a cravo e emanam algum calor e fumaça no meio do gelo e do silêncio que haveria se elas não houvesse. Mas há.

As ruas de São Paulo têm cheiro de Gudan.

25.7.09

Protocolos sociais (não-)obrigatórios

Convivo diariamente com homossexuais, adoro ver ações como as da Deborah Duprat mandando todos os homofóbicos do MPF e do STF calarem suas ignorâncias e acho bem divertido ver como os intermediários são excluídos daquelas cadeias de fulano pegou fulano que pegou fulano (que também rola no mundo hetero, só que com os intermediários, havendo exceção quando participam bissexuais).

Mas nada, nada, nada é tão legal no mundo homossexual quanto a quebra de protocolos sociais estúpidos que os heteros resolveram inventar. Explico.

O cara conhece a mulher. Chama ela pra sair. Ela tem que fazer algum doce, porque senão ele vai achar que ela é fácil. Ele vai ter que insistir, senão ela vai achar que ele não quer o suficiente. Eles vão, eventualmente, chegar a um acordo e resolverem se encontrar num lugar público. Ela vai escolher uma roupa adequada, que não seja muito beatificante nem que seja muito vadia. Ele vai ter que colocar um blazer por cima da roupa, se quiser causar alguma impressão positiva.

As pessoas da história ainda nem se encontraram, e já estão fazendo pressuposições ABSURDAS sobre o que o outro vai achar, o que o outro vai pensar. E o pior? É que essas regras tendem a se generalizar para mulheres-que-ligam-no-dia-seguinte-querem-se-casar-com-você ou homens-que-não-ligam-no-dia-seguinte-só-querem-se-aproveitar-do-seu-corpo.

Vocês entendem o absurdo? Ainda que ALGUMA MULHER NO UNIVERSO que ligue no dia seguinte queira, de fato, contrair matrimônio, e que o cara que não ligar no dia seguinte queira só a parte sexual do relacionamento a dois, QUEM CACETARALHOS é você, ser do outro sexo, pra dizer que seu/sua parceiro/a quer uma coisa ou outra que é supostamente específica e inerente à sua condição GENÉTICA no par 23?

O que eu quero dizer é que,
se você está com alguém do mesmo sexo, isso vai contribuir direta e drasticamente para que você não fique fazendo teorias malucas acerca do suposto comportamento de gênero do seu parceiro sexual, ditado por qualquer protocolo social que seu meio de convivência possa sugerir. Porque, invariavelmente, qualquer coisa que você deduza e que seja geral, vai resultar em alguma forma de declaração pessoal da sua parte (eu ia falar em confissão, entrega e tal, mas deixa declaração que tá bonito). Dessa forma, é possível presumir menos bobagens e analisar os fatos como o que eles são: fatos.

Em resumo: parem de presumir e tentar adivinhar, seus HETEROS LOUCOS.

24.7.09

Autotrophs began to drool

Sério. O pessoal do bar do lado de casa não sabe que essa música ao vivo é péssima? Na verdade, o bar fica do outro lado da avenida, a uns 300m, mas eu moro no décimo sexto andar e por motivos de leis da física o som magicamente aparenta estar dentro do meu quarto. O que definitivamente não significa melhora alguma no desempenho do infeliz contratado para isso que ele chama de "cantar".

Fora isso, na minha tentativa de me distrair na sexta à noite, tive a não tão brilhante ideia de pintar minhas unhas. O problema é que já são quase meia-noite e eu precisei passar aqueles óleos secantes, o que culminou em um teclado melecado que eu limpo de 3 em 3 segundos com um algodão enquanto tento narrar o fato aqui.

Dando sequência às desgraças, vamos falar do paradoxo de sentimentos de quando um colega vai lamentar sua ausência em um evento social e diz "poxa, que pena que você não foi, só faltou você lá!". Como se, de alguma forma, eu tivesse a remota capacidade de voltar no tempo e estar presente ao evento em que, aparentemente, várias pessoas cuja companhia eu adoraria ter estavam se divertindo - sem mim.

Fora isso, temos meus pais saindo para jantar - sem mim - e perguntando incessantemente se eu já fiz minhas nebulizações diárias; meus hábitos alimentares constituídos praticamente de suco de soja desde o ataque de febre na terça-feira; e minha superinformação acerca de todos os eventos sociais de sexta à noite (inclusive os que eu detestaria ir devido a presença de pessoas desprezíveis), estando eu convidada a comparecer OU NÃO. Quer dizer.

E, se quisermos ir além, é uma sexta-feira à noite e nenhuma das minhas companhias desejadas para o MEU IMAGINÁRIO do que seria minha sexta-feira do dia 24 de julho de 2009 está online. Elas provavelmente estão em algum restaurante, bar, boate, parque, casa de amigos, ou qualquer outro estabelecimento gravemente mais divertido do que meu quarto - com o agravante de estarem todas em São Paulo.

Sem mais, eu vou ver o Season Finale da s02 de The Big Bang Theory. Que é o mais próximo que eu consigo chamar de FELICIDADE no dia de hoje.

22.7.09

Tá tudo bem agora.

Hahaha. Ontem passei o dia delirando nos 40 graus de febre que surgiram DO NADA. Sem gripe, sem dor de garganta, nada. Só febre e sono. Daí a febre baixava e eu acordava encharcada, tomava banho, a febre subia, a febre baixava, eu acordava encharcada... Trocar lençol de cama 3x em 24h.

A merda disso, além da doença ser uma merda em si, é que minha viagem pra SP foi adiada. Mas eu vou, assim que ficar melhor e puder correr atrás das minhas coisas a fazer...

14.7.09

Eu e consumismo

Tipo assim, né querendo tirar onda não, mas ultimamente - férias - eu não tenho saído de casa, pegado ônibus e coincidiu, magicamente, do meu dinheiro render mais e do meu pai resolver me agraciar (fora a passada linda no Freeshop). Some-se a isso o fato de que agora eu sou CNPquista e tenho renda e conta corrente (21.391-4 ag 3494 BB, podem fazer depósitos se quiserem). Ok que minha renda é tipos ridícula prq o CNPq acha que com 300 reais dá pra vc SE MANTER de alguma forma, mas como eu moro com meus pais realmente vai ser possível investir na minha vida ACADÊMICA com esse dinheiro.

Primeira coisa que eu fiz? Comprei um notebook. Netbook, na verdade. Aspire One D250 vermelhinho, pequeno e porátil. Eu, a FDUFMG e o OneNote (sim, MsOffice, happens), vamos nos divertir MUITO semestre que vem. Ficar na faculdade fazendo pesquisa vai ser lindemais.

Como eu vou vender meu Desktop pra pagar parte do notebook, meu pai me presenteou com um monitor LCD 17" AOC. Muito bom, quer dizer, prq ngm merece viver com uma telinha de 10" e aí minha vista agradece.

Meu pai gosta de me dar presentinhos. Como, por exemplo, os body splashes que ele comprou no Duty Free agora quando voltou da Argentine. Vanilla Lace e Love Spell. <3 Pirei nos mimos, né?

Continuando a saga consumismo, nos planos que eu fiz há uns posts, eu disse que queria voltar pra academia DIREITO. Preciso de um tênis novo. Comprarei. Por causa do notebook, preciso de uma mochila nova. E de uma capinha de neoprene. Comprarcomprarcomprar.

Dinheiro pode até num comprar felicidade, mas disfarça a tristeza que é ume beleza!

12.7.09

Quer dizer,

Mas é claro, tão logo o pretérito perfeito entra em cena, lá me vem o pretérito do subjuntivo fazendo barulho e me lembrando de que é bem no suspiro do "e se" que eu vejo que não há o que suspirar, quer dizer, não em primeira pessoa. E é lá verdade que ando monótona e amarga, mas quem poderia me culpar por reivindicar meu luto? Ainda mais quando a morte é desfecho de doença terminal, ou até mais que isso, e eu até diria eutanásia, porque não sou só eu que vejo a incoerência dos pró-vida desejando que os pró-morte morram, quer dizer, não pró-morte, que ninguém é, mas os realistas ou pé no chão ou apenas os pessismistas e que diriam "Eu já sabia, Galvão", e é claro que alguém sempre sabe, a não ser que a morte seja causa de uma doença misteriosa ou que se considere o doente uma espécie de corpo fechado ou pessoa que tudo aguente.

Mas nem existe gente assim, quer dizer, todo mundo morre um dia, toda doença pode afetar todo mundo e os pró-vida vão perder a luta no final, ainda que tudo isso seja uma metáfora para pessoas que se enganam o tempo todo e não acreditam que seriam capazes de fazer isso ou aquilo, e nós, realistas, pessimistas e afins sabemos que não é lá muito verdade, e que não importa a intenção ou o esforço se no final você, bem, morre. Ou faz uma merda muito grande, quer dizer, mata. Kant estava errado, não tem essa de moralidade na intenção, mas ele tava certo lá nos meios dos imperativos categóricos, quer dizer, queria eu ver se alguém fosse assim, ligar os aparelhos, pagar o tratamento médico pra depois sufocar no travesseiro. Não sei porque sufocar no travesseiro me parece uma morte tão trágica, quer dizer, toda morte é trágica em sua medida de tragicidade, já que criança morrendo é bem pior do que qualquer outra coisa, mas o que eu dizia era que sufocar só não deve ser pior do que afogar.

E a gente sufoca em palavra e afoga em mentiras o tempo todo e as pessoas acham que pelo menos não levaram tiros, quer dizer, alguma coisa tá errada, e nós, pessimistas, realistas e afins sabemos que É CLARO que alguma coisa está errada, muita coisa está errada, mas é como se a vida fosse um grande hospital tipo em Grey's Anatomy e no último episódio da 5ª temporada as pessoas insistissem em assinar grandes documentos de não-ressucitar (NRs) e se metessem com doenças irreversíveis e quadros clínicos tão absurdos que nem o mais bem-intencionado dos pró-vidas poderia desejar que a gente consertasse.

E eu nem sou médica, meu deus.

11.7.09

Quote do dia

- Eu não sou assim. Eu não faço isso.
- Você fez.


E que as palavras ecoem tempo suficiente pra gerar arrependimento, que é o sentimento mais escroto que alguém pode sentir. Fits just fine.

7.7.09

A um ilustre futuro

É a segunda porrada que eu dou nesse despertador, 12 minutos atrasada e eu levanto pra lavar o rosto. É engraçado como a gente acorda devagar, primeiro as pernas, depois os olhos pra tentar não bater a cara nas coisas e depois a torneira. Merda de cabeleireiro, eles nunca acertam mesmo. Todos os banheiros têm espelho, mas nem deveriam. Deprime de manhã. Hoje é um dia estranho, sei lá. Cara de quarta, mas já é sábado. Eu gosto de quartas. Todo dia é o mesmo café da manhã, mas eu nem percebo e nem enjôo, eu acordo depois de comer. Seis e quinze, saco. Não vai dar tempo de inventar moda hoje. Roupa, calçados, dentes, mochila, mãe beijo, escadas e cacete, eu sempre esqueço o celular. Depois do trevo eu peço, pai, me dá dinheiro, e ele pergunta, cadê o dinheiro da semana passada?, gastei, lógico. No sinal ele me dá, e eu chego a tempo de pegar o lugar de sempre. Aula é sempre a mesma coisa. Os professores falam, eu anoto, algum me chama pelo apelido, kakau, eu gosto. Vai ter churrasco esses dias, quero ir. Acho que vai ser um saco, não gosto muito de gente da minha idade quando estão no coletivo. Pessoa é melhor no singular. Sempre vai professor, aí é bom. Ficar não é comigo, gosto de companhia, singular. Amor é um troço estranho, a gente chora e ri quando ama. Juntar uma coisa ruim, chorar, com uma coisa boa, rir, e dar amor que é uma coisa ótima. Nunca vi. Deve ser normal, o amor. Nem rir nem chorar, alguma coisa no meio. Amor amor amor. Quatro letras, todo mundo sempre lê mais do que isso. Amar demais. E mede como? Amôrmetro, arrã. Falei isso esses dias não sei com quem. Amor é um troço que se sente, e só. Olhando pras estrelas, pro cachorro, pro namorado, pro exercício de matemática. Se fechar os olhos também dá. Quem beija de olho aberto não gosta de verdade, ele diz. Gostômetro. Eu já amei. Dois ou três, não sei, não medi. Loiro, careca, cabeludo. 1,80 pra cima, eu sou baixinha. Dá pra amar muito, e não ser correspondida. Vai ver é, quantos metros você ama?, eu perguntaria. 1,58. Três mil quilômetros, quinhentos e noventa e depois não passei dos cinqüenta. Deve medir em centímetro então, quanto mais perto, mais amor. Nem é. Bom mesmo é quem conversa com a gente, você gosta de arcade fire?, ele pergunta. Comento do cenário geopolítico mundial, ele abraça, beija, ama, conversa mais. Deve ser como ter um diário pensante, companhia, singular. Igual não, é monótono. Conversa precisa de plural, diferença e ouvidos. Ouvir e falar. Singular com singular dá plural, aí é bom. Gente burra não dá, como assim efeito estufa?, ele pergunta, eu explico. Pretensão, pior. Eu já sabia, ele diz, arrã, eu digo. Alma gêmea nem deve existir, 6 bilhões de pessoas. Se a minha for um chinês eu tou fodida, vários milhares de quilômetros. Um dia acho alguém pra compartilhar meu singular, criar um plural a uns centímetros ouvindo beautiful people com o amôrmetro ao meu favor, eu digo. Você terá um ilustre futuro, ele diz. E sorri.

--

Texto escrito dia 09/03/07. E porra nenhuma mudou.

Vou pra SP.

Decidi que vou. Como, eu não sei. Quando, só tenho palpites. O Porquê é que é legal de responder: Ricardo Grish estará lá. Johnny estará lá. Minha prima já deu carta branca pra chegar quando eu quiser. E eu não aguento mais de saudades daquela cidade.

Dessa vez acho que vou pra passar coisa pouca, menos de uma semana (contra as duas que passei lá em janeiro e que foram excelentes porém com tempo hábil para tédio). A ideia é encontrar Mari assim que ela chegar em SP, e passar some quality time com minhas primas recifanas. Ainda que uma delas seja praticamente uma paulista. Ái.

E temos o Minduim, o Cabral, minha tia Laine e o tio Renato, meus primos recém-casados Fê e Vivi e meus primos a casar Pri e Ribas. Estabelecimentos? Falemos de Starbucks, Blue Pub, Yakissoba na Gazeta (totalmente institucionalizado desde sempre), qualquer baladinha que o John queira me levar, qualquer copo sujo que seja a cara do Grish.

Vou passar nas Alamedas perto da Paulista tirando foto dos prédios pra poder imaginar com maior qualidade como será minha vida daqui a uns 6 anos. Mas só viajo depois que o RubyRed chegar. Se você não sacou ainda, falo do netbook.

5.7.09

Férias

Meus planos pra essas férias são muitos, mas nem são complexos.

Música! Um deles é pegar mais músicas pra colocar no meu iPod, de modo organizado. A preguiça (sim, morro de preguiça) é baixar tudo o que eu quero baixar e organizar e tal. E tirar as coisas velhas, porque enquanto eu tiver a discografia de Strokes no iPod eu não vou querer me acostumar - e, portanto, aprender a gostar - de outras coisas. Meu lado conservador dá muito pitaco na minha vida musical.

Viajar? Meus pais já foram, minha irmã tá de passagens compradas pra Recife e eu vou barganhar umas passagens pra São Paulo. Ver Gabi é sempre bom. E Mari vai estar lá também, o que é ainda melhor. São Paulo é uma cidade pra qual eu vou e sempre termino fazendo quase nada por lá. Pijama o dia todo, televisão, e balinhas da Liberdade. Claro, existem os passeios de sempre... Ir à Liberdade, Starbucks, Blue Pub e todo outro qualquer lugar que me renda voltar pra casa de madrugada, andando, passando por aquele corredores de prédios gigantes na Paulista.

Ler. Sério, quero terminar de ler uns livros que estão pendentes. Quero conseguir engatar leituras e fazer disso um hábito que perdure no próximo semestre. Desde que entrei no Direito, só leio livros nas férias. É uma vergonha, eu sei. Mas é que eu deixo de ler a literatura pra ler os manuais jurídicos/estudar, e acabo não lendo nem o que deveria nem o que eu gostaria de ler. Isso tem que mudar.

Exercícios. Fecharam a academia que tinha na Faculdade de Direito. Ou estão em processo de fechamento. Enrolei mais fazendo academia dentro da minha faculdade do que fora dela. Daí vou voltar pra minha academia perto de casa mesmo, e cultivar mais um hábito: correr. Quero aprender a correr porque quero aprender a correr. Claro, é sempre uma desculpa para comprar tênis novos. Viradas de semestre são ótimos momentos para começar coisas.

Aprender a dirigir. Na verdade, esse item tá mais para "aparecer no Detran depois de um ano que eu marquei meu exame médico". Eu sei, nesse momento todos vocês duvidam dessa afirmativa. Metade porque não me conhece e acha um absurdo que eu, nos idos dos meus 20 anos, não sei dirigir. A outra metade porque me conhece e acha que se eu não aprendi por opção até hoje, não vai ser agora que eu vou querer. Mas olha, saber dirigir assim, eu até que meio que sei. No mês que passei em Brasília, meu tio-primo me ensinou. Até pegar o carro na W3 eu peguei. A questão é tirar carteira e querer dirigir. Eu sabia que só ia querer dirigir quando eu sentisse falta do carro. E esse momento chegou. Acho que meus amigos me deixaram mal acostumada com isso de "te busco" e "te levo", e isso somado a um pouco de noção das coisas (e uma conjuntura favorável), já me fizeram sentir falta de carro, esse ano, umas 5 vezes. Inaceitável para alguém que sempre viveu muito bem de ônibus. Além do mais, minha irmã está a menos de 2 anos de fazer 18 anos e quase não vou ser motorista, se tirar carteira agora.


O problema é ter só um mês de férias, uuugh.


2.7.09

Oh Ruby...



I'll totally take your love to town :O
Espero chamar de meu muito em breve ^^

30.6.09

Clube Social

gabi. diz:
n sei pq o povo tem que saber QUEM é quem
gabi. diz:
é uma pessoa uai
gabi. diz:
no meio de tantas
gabi. diz:
pq eu tenho que falar que vou sair com o primo da sobrinha da tia avó da vizinha da minha colega de trabalho?
gabi. diz:
vou sair com a camila!
gabi. diz:
tão simples
Clara Coutinho diz:
o primo da sobrinha da tia avó da vizinha da sua colega chama CAMILA?
gabi. diz:
não
gabi. diz:
nem conheço nenhuma camila
Clara Coutinho diz:
....


--
Porque é, realmente, só esse o problema do primo se chamar Camila.

25.6.09

Quote do dia

- Suas unhas... estão cinzas!

Sobre minhas unhas pintadas com Jackie, da Impala.

23.6.09

Nos dias que eu mais acho

...que não consigo dar conta de escrever meia linha do que penso, são os dias que eu mais revelo na sinceridade desse mundão de Deus. Porque olha, palavras são troços complexos. Não importa muito o que você tem a dizer, mas importa demais como você vai dizer e quais as palavras que você vai usar.

E nesses dias que eu fico mais em mim [/mallu magalhães] é que eu consigo melhor achar as palavras que cabem. E daí eu posso ser eu mesma não estando presente. Eu posso fazer as pessoas imaginarem meus olhos virando e a mão no cabelo. Quer dizer, eu tento. Porque escrever é isso. É estar presente em qualquer lugar, é se colocar na distância dentro da medida do que você quer ser.

Às vezes nós temos coisas difíceis de serem faladas, e eu com certeza gaguejaria no meio e, na pressa de não querer ser interrompida, reduziria o meu discurso a palavras ambíguas e curtas e grossas e nada mais faria sentido porque, o texto e o discurso, nada são se não conseguem ser compreendidos pelo destinatário.

Ventura do destino bem quis que hoje eu escrevesse com o maior sentido do mundo :)

21.6.09

:(

Meu orientador só conseguiu uma bolsa do CNPq. Vivo de esperar telefonemas que não vêm, marcar coisas que não acontecem, querer mais do que posso ter. E dói. Isso tudo junto agora me faz sentir a pior das pessoas, a pior das piores. Porque não faz tempo que tava tudo ótimo. Mas tava tudo ótimo porque eu espero demais da vida... e quando a realidade aparece, eu fico me sentindo idiota.

Hoje eu só queria colo...

17.6.09

Exigência de diploma de Jornalista

É uma coisa idiota, Min. Marco Aurélio. Ainda que eu te ame e tal, você errou. Justificar que tem que ter exigência só porque tá cheio de curso superior ia ser meio complexo. Tá cheio de curso superior aí cujas profissões não possuem exigências. Você quer regulamentar TODAS elas? Não é legal, hein.

Aliás, o mercado de trabalho vai se regular sozinho. Se você tivesse dois candidatos a um emprego com as mesmas qualidades e habilidades e títulos, só que um tivesse um cursinho de inglês a mais, você contrataria esse último, provavelmente. O que não quer dizer que diploma de inglês vira um troço obrigatório, vai vendo. Naturalmente, o mundo passa a exigir qualificações e tal.

Não prejudica o mercado. Os melhores continuarão ganhando as vagas. Faculdade não é mercadinho imoral de diplomas, como já disse meu amado André Dahmer certa vez (te dedico!). Faculdade é o lugar onde você vai estudar e ser alguém melhor, ou deveria ser.

"Ah, mas então porque não tiram obrigatoriedade de diploma de médico e de advogado?"

Olha, descobrir que um jornalista não presta é fácil. Descobrir que um médico ou que um advogado não prestam é fácil também, só que mais perigoso...

Girl afraid

Girl afraid
Where do his intentions lay?
Or does he even have any?

She says :
He never really looks at me
I give him every opportunity
In the room downstairs
He sat and stared
In the room downstairs
He sat and stared
I'll never make that mistake again!

I'll never make that mistake again
I'll never make that mistake again

Boy afraid
Prudence never pays
And everything she wants costs money


But she doesnt even like me!
And I know because she said so
In the room downstairs
She sat and stared
In the room downstairs
She sat and stared
I'll never make that mistake again!


Mais tarde eu coloco um texto escrito por mim e não por pessoas awesome, como Smiths. Por hora, só reflitão OK

E se você não sacou a vibe proposital-tdud do reflitão, como acontece também com "Aham, sentá lá, Cláudia" e "Rápido Ricardo" e "CORRÃO", feche a janela desse blog, já que vc não me entende ANYWAYS. Não que eu não cometa erros. Cometo muitos. Mas geralmente envolvem outros elementos que não um blog. Geralmente. Oh Crap.

16.6.09

Wind

Cultivate your hunger, before you idealize
Motivate your anger, to make them all realize
Climbin' the mountain, never coming down
Break into the contents, never falling down

My knee is still shaking, like I was twelve
Sneaking out the classroom, by the backdoor
A man railed at me twice, though, but I didn't care
Waiting is wasting for people like me

Don't try to live so wise
Don't cry 'cause you're so right
Don't dry with fakes or fears
'Cause you will hate yourself in the end

You say, "Dreams are dreams"
"I ain't gonna play the fool, anymore"
You say, "'Cause I still got my soul"

Take your time, baby, your blood needs slowing down
Breach your soul to reach yourself before you gloom
Reflection of fear makes shadows of nothing
Shadows of nothing

You still are blind, if you see a winding road
'Cause there's always a straight way to the point you see

Don't try to live so wise
Don't cry 'cause you're so right
Don't dry with fakes or fears
'Cause you will hate yourself in the end

'Cause you will hate yourself in the end



Porque se Naruto tem alguma coisa que presta, é essa música.

15.6.09

Enquanto isso

Enquanto isso anoitece em certas regiões e se pudéssemos ter a velocidade para ver tudo assistiríamos tudo a madrugada perto da noite escurecendo ao lado do entardecer a tarde inteira logo após o almoço o meio-dia acontecendo em pleno sol seguido da manhã que correu desde muito cedo e que só viram os que levantaram para trabalhar no alvorecer que foi surgindo.



Música da vez.

13.6.09

#iremember

A tag da vez do twitter é o #iremember. Mas minha memória é tão boa, e são tantas as coisas que eu poderia escrever, que achei melhor falar disso no blog.

Eu tive uma infância muito mágica. Até os quatro anos, morei num prédio pequeno na Rua Pimenta da Veiga, no bairro Cidade Nova. O prédio não tinha área de lazer, mas o pátio de manobra da garagem era descoberto e lá eu passei bons tempos da minha vida jogando ladrilhos de concreto pra cima (talvez não no plural, porque um deles resolveu cair na minha cabeça um dia, e tenho fortes motivos pra acreditar que tenha sido o último que eu joguei).

Meu pai, sempre exercitando suas várias habilidades, construiu um balancinho pra mim, mas nada muito complexo: uma tábua de madeira com dois furos, duas cordas e ganchinhos na laje de cima da nossa vaga. Quando não estava em uso, era só enrolar o balancinho nas cordas e deixar ele lá, junto do teto. Eu me lembro de alguns vizinhos, do cheiro de sapólio no dia de limpeza das escadas e de ficar na grade da janela, olhando o movimento da rua.

Mudamos prum prédio imenso. Área de lazer imensa. 72 apartamentos. Muitas, muitas crianças. Lembro de jogar Magic numa salinha pequena que ficava na área de lazer. Mesma salinha em que eu e meus amigos gravamos nossa própria versão de Star Wars aos 10 anos de idade. Totó, Polícia e Ladrão, Pique-esconde, joelhos cortados espirrando sangue, vidraças quebradas, campeonatos de peteca, nadar à noite, fazer churrasco nos finais de semana, ver Marte no céu durante uma festa junina, jogar videogame de galera, bolar engenhocas de passar bilhete pela janela (quando poderíamos muito mais facilmente usar o interfone). Eu fugia de casa pra ver Cavaleiros do Zodíaco, porque mamãe dizia que era muito violento. Invadíamos o salão de festa e fazíamos nossas festas americanas.

Eu adorava soltar pipa na Praça do Papa e passear de bicicleta na Praça da Liberdade. Dar pipoca pros peixinhos no Parque das Mangabeiras. Ir pro Municipal domingo de manhã (ou pro Guanabara) e voltar pra casa e ficar assistindo Caverna do Dragão.

Minhas viagens pra praia! Areia na calcinha do biquini e sempre torcendo o nariz pros frutos do mar. Tostar no sol e ficar vermelha e descascar era lei. Lembro de todos meus brinquedinhos aquáticos e infláveis: avião, jacaré, bóias de braço. Sem falar que praia me lembra Recife que não tem como não me lembrar de casa de vó. O pé de acerola no quintal daquela casa branca, meu primo de xº grau caindo da árvore e quebrando o braço. Viagem pro sítio do vizinho no carnaval, eu tentando descolorir uma mecha de cabelo com água oxigenada (say whaaat?). O Parque da Mônica e a primeira vez que eu fui pra São Paulo, e como eu me apaixonei pela cidade de um modo irreversível e incontestável. Consigo me lembrar das roupas que eu usei naquele inverno, mesmo que não haja nem uma foto.

O modo como The Cranberries combina com dias frios e com o cheiro da loja Alemdalenda que tinha no Diamond e que fechou há séculos. Sorvete de qualquercoisamenoschocolate na São Domingos. Viagem pra Curitiba, o Bosque do Alemão no caminho da Jardineira. Minha imaginação fértil em Monte Verde, meus passeios na Lagoa Rodrigo de Freitas lá no Rio.

É, eu fui uma criança feliz. Só não me lembro muito bem do momento em que eu virei adolescente. Do mesmo jeito que hoje eu viro adulta, quase sem perceber...

Mas às vezes me olho num espelho de um lugar qualquer e vejo aquela criança com chiclete no cabelo, juntando dinheiro pra comprar a Barbie pelo preço anunciado (e reclamando no balcão do consumidor das Lojas Americanas). É, é. #iremember.


12.6.09

;)

Estou feliz. Tipo feliz de verdade.
Pra melhorar, queria o resultado da PRPq, que as férias chegassem, que eu conseguisse um RSG maior que 4.25 (ambiciosa SIM), ter mais tempo pra ler mais livros legais (ou seja, não-jurídicos), uma internet mais rápida, um notebook, mais finais de semana, mais dinheiro (muito mais dinheiro, obrigada) e mais oportunidade e coragem para exercitar minhas ideias brilhantes. Modéstia à parte, algumas são brilhantes, ainda que poucas.

Who'd have known!

9.6.09

Kafka não tocava guitarra, parte II

E eu me esqueci de dizer que te encontrei na rua há uns meses! Era uma feira ao ar livre, e você estava lá com sua voz, me reconhecendo de um passado não tão distante e perguntando se eu tinha acabado de ler aquele livro. Eu acho que ri, há um ano, pelo menos! Dessa vez Platão não estava por perto. De certo que bebia cervejas e dançava, sem se importar. Acho que achei bonitinho você se lembrar do livro que eu lia, eu que mal e mal me lembrava de você.

6.6.09

#WIN

.Fazer a Prova de Penal II TODA. Ainda que não tenha tirado nota muito alta, especialmente no caso, acho que uns 30/40 vai rolar. Teve gente que nem entregou, ou entregou sem completar todas as questões.
.Tirar 30/30 na Prova de Teoria Geral do Direito Privado II.
.Reconhecimento nas pequenas peripércias desimportantes.
.Fazer as unhas no salão sem motivo especial, sem marcar horário e porque deu na telha.
.Frases totalmente despretensiosas que tomam um significado muito especial, ainda que não intencionalmente.
.Sábado de manhã de compras com uma verba assaz interessante.

E são 9:42 de um sábado, meu final de semana ainda neeem começou


3.6.09

Sonhos - parte I

Sonhei que, não totalmente consciente, eu só conseguia ver pelas metades. E eram duas: Meus olhos não se erguiam acima da linha do ombro de ninguém, e eu só via com o olho direito. E eu andava e via filmes, sentada no chão. E havia histórias para crianças, e eu tinha alguém que estava do meu lado o tempo todo e segurava minha mão. E aí o cara ia ao banheiro e eu tentava usar o MSN, e pessoas, cujas aprovações me são caras, me recriminavam absurdamente . Toda vez que eu sentava/deitava, ficava pior e eu precisava de mais e mais ajuda para andar. No sonho, ainda vivi situações de constrangimento. A realidade (do estar na minha cama) se confundiu algumas vezes com o que eu vivia no conjunto de imagens.  Grande importância dada às distâncias e às portas nesse sonho.

Bom que hoje minha analista vai se refestelar.

A partir de hoje decidi escrever alguns dos meus sonhos mais sem pé nem cabeça, ainda que com algumas restrições, no blog. Jeito bacana de acompanhar desenvolvimento e, mais importante, não esquecer.

O tempo passa lento, mas passa

"(...) O amor que não se sente capaz de um sacrifício não é amor; será, quando muito, desejo grosseiro, expressão bestial dos instintos, incontinência desvairada dos sentido, que morre com o objetivar-te, sem lograr atingir aquela atura onde a vida se torna um enlevo, um doce arrebatamento, a transfiguração estética da realidade... E eu não quero amar, não quero ser amada assim... Porque quando tudo estivesse findo, quando o desejo morresse, em nós só ficaria o tédio; nem a saudade faria reviver em nossos corações a lembrança dos dias findos, dos dias de volúpia de gozo efêmero, que na nossa febre de amor sensual tínhamos sonhado eternos.

Mas não me julgues por isto diferente das outras mulheres; há, em todas nós, o mesmo instinto, a mesma animalidade primitiva, desenfreada, numas, pela grosseria e desregramento dos apetites; contida, nobremente, em outras, pelas forças vitoriosas da inteligência, da vontade, superiormente dirigida pela delicadeza inata dos sentimento ou pelo poder selético e dignificador da cultura.

Não amamos num homem apenas a plástica ou o espírito: amamos o todo. Sim, meu Hery, nós, as mulheres, não temos meio termo no amor; não amamos as linhas, as formas, o espírito ou essa alguma coisa de indefinível que arrasta vocês, homens, para um ente cuja posse é para vocês um sonho ou raia às lides do impossível. Não, meu Hery, não é assim que as mulheres amam. Amam na plenitude do ser e nesse sentimento concentram, por vezes, todas as forças da sua individualidade física ou moral.

É pois assim que eu te amo, querido; e porque te amo, sinto-me capaz de esperar e de pedir-te que sejas paciente. O tempo passa lento, mas passa...

...E porque ele passa, e porque a noite já vai alta, é-me preciso terminar.

Adeus. Beija-te longamente, Anayde"

Anayde é aquela mulher subversivíssima do final dos anos 20, que namorou o João Dantas, cuja família era aliada aos Suassunas na Paraíba, que era rival do João Pessoa, que foi assassinado por João Dantas ao trazer a público as cartas de Anayde.

E o motivo do post é só minha pressa imensa. E a poesia, é claro.

2.6.09

Psycho-ex

Vamos falar hoje de um problema que acomete boa parte dos homens e, de tabela, algumas mulheres também: as psycho-ex. 

Psycho-ex são mulheres que não tem amor próprio, acham bonito fazer barraco. Entre eles, há as opções: gritar, inventar mentiras, jogar objetos (pontiagudos ou não), imaginar histórias impossíveis e absurdas e, a pior parte, chantagem emocional.

O namoro geralmente é muito bom, de verdade. As psycho-ex costumam ser mulheres normais, carinhosas, dedicadas e supercompreensivas. Até o momento em que as coisas começam a dar errado. Ninguém nunca espera que sua namorada vire uma psycho-ex, mas, de repente, lá estão. 42 ligações não atendidas numa tarde, cobranças absurdas e sem sentido, demonstrações de desafeto em público, 137 visitas no orkut - com muitas perguntas sobre quem é aquela loira te mandando mensagem (e geralmente é tipo a esposa do seu tio, ou coisa parecida). 

Não que alguns homens não dêem motivo para criarem suas monstrengas psycho-ex! Muitos participam da gestação delas. Pequenas mentirinhas, eufemismos e silêncios são os alimentos mais eficientes. Ainda assim, algumas parecem se alimentar só de LUZ e insanidade.

Osso é quando o namoro termina mesmo, e aí a psycho-ex se acha no SUPERDIREITO de continuar cobrando e de mimimi. Aí ela chora, diz que você é um canalha e que não poderia ter feito aquilo com ela (hã?... terminar?), liga de 10 em 10 minutos pra saber da sua vida, com quem vc tá, que horas você volta pra casa. E, ainda que você fale a verdade, ela não vai acreditar. Aí é que você se fode. 

Tenho medo, muito medo de psycho-atuais e psycho-ex. Claro, como as psycho-atuais tendem a virar ex, eu resumo todas à última classe. É a grande desgraça de ter 70% dos meus amigos homens. Vários deles têm históricos cabulosos. Vários caras simplesmente SUMIRAM do mapa depois que começaram a namorar (psycho-ex em formação, cuidado). Se você tem uma psycho-girl na sua vida, troque de mulher. Arrume uma outra namorada, que seja mais legal e menos maluca. 

Suas amigas de verdade, aquelas que não querem te pegar e não têm a menor intenção de competir com sua namorada (psycho ou não), agradecem imensamente.


Post dedicado ao meu amigo Lucas. 
E se você acha que o nome do meu amigo não é Lucas, e sim _____ (nome do seu ex aqui), você provavelmente é uma psycho-ex.

1.6.09

Sem cera

Aí tudo mudou de ordem. O normal é diferente do que acontece hoje e eu nem sei dizer se é melhor. É menos certo, certo de certeza e de precisão. Quer dizer, não que eu já tenha tido alguma certeza nessa vida, mas é que antes era mais natural, compreensível, fazia mais sentido, era mais previsível. Mas algo nessa nova ordem guarda um encantamento particular. Esse gostar que aumenta aos pouquinhos, junto com o conhecer; e não um qualquer que cai do céu e desaba em epifania e subversão de toda uma ordem. 

Retirei todos meus pressupostos. E é daí que vem a mágica.

30.5.09

Dia de merda

Acordei tarde, cheguei na faculdade atrasada, passei a aula de penal tentando estudar pra prova cabulosa de filosofia, fiquei presa no elevador enquanto descia pro intervalo, fiquei presa no elevador enquanto subia pra prova, acabei horrorosamente tarde, fui ofensorosamente mal na questão de Hegel, cheguei em casa pra almoçar com minha mãe, saímos pra almoçar num lugar muito caro e que a comida não era tão boa, passei a tarde desesperando por conta do artigo que eu fiz com a Cíntia - que ficava entrando e saindo do Gtalk e a gente não conseguia conversar direito - deitei pra cochilar e acabei sonhando coisas ruins, acordei e descobri que eu tinha rachado meu cartão de débito no meio, tive que contar moedas pra pegar ônibus, a tinta da minha impressora acabou, fui imprimir as coisas na Salô e descobri que não tinha dinheiro pra pagar, esperei o Leo Bedê chegar pra pagar a conta pra mim, fui entregar os artigos no CAAP e o cara disse que eu deveria ter mais envelopes, precisei mandar tudo por e-mail mesmoassim, fui pro bar pra descobrir que todo mundo tinha coisa pra fazer depois e que uma galera não ia, adiamos o sarau, minha conta deu muito mais do que eu podia pagar.

27.5.09

Quarta-feita

(É, feita mesmo)

1) LUÍS NASSIF, IDELBER AVELAR E TÚLIO VIANNA. Ponto. Três ídolos num só evento. Debate sobre Jornalismo Independente na UFMG. Prof. Venício Lima e Prof. Lúcio Ferraz também foram excelentes. O indivíduo perigoso Heitor Reis teve seu momento de estrelinha também.
2) Muito material bacanudo pro artigo, preciso começar a escrever e o farei djá
3) Trânsito intelectualóide dura menos
4) Milkshake político-jurídico-grasinha de improviso, só pra deixar meu dia mais feliz.

E a semana tá NA METADE. NA ME-TA-DE.
Bora estudar, né galere?

26.5.09

Perspectivas Semanísticas

Então :)

Acabei de fichar o voto do Ayres Britto (votos da ADIn 3510, sobre o art. 5º da Lei de Biossegurança que fala da pesquisa com células-tronco embrionárias). Falta acabar da Carmen Lúcia e do Lewandowski e começar o do Peluso. Mas já ownei Ellen Gracie, Eros Grau, Marco Aurélio, Gilmar Mendes! 

Amanhã tem Luís Nassif na UFMG, e ele ainda vai falar sobre imprensa, o que me leva ao artigo que eu estou escrevendo ("estou escrevendo" da locução verbal "imaginando como vou escrever"). Aí amanhã eu acabo o voto da Carmen Lúcia e escrevo umas 2 páginas de artigo, mais duas que vou escrever hoje, mais umas três que quero escrever na quinta junto com acabar o do Lewandowski, o que me permite entregar o artigo na sexta e faz com que eu possa ir pro sarau que eu e meus amigos vamos fazer no Clube da Esquina. E aí fica faltando o voto do Peluso que eu entrego até segunda. 

Só não sei quando vou estudar Filosofia do Direito. Mas não que eu me importe, já que chegou a TV que meu pai comprou, de 42". Junto com meus DVDs de Senhor dos Anéis. Diversão garantida depois de sexta 21h. Chegalogofinaldesemana!

24.5.09

Todos os meu erros

Em maratona de reprise na minha cabeça. And it keeps going on and on and on and on até eu desacreditar que tenha feito alguma coisa certa, afinal. Juro que me irrita.

22.5.09

Como eu ganhei 6 DVDs de SdA por R$39,90


Clara: pai
vc me ama mto né
6 dvds por 40 reais
XD

Expedito: não foi pra aula hoje? Pensei que fosse sair mais tarde
td bem por ai?

Clara: não...
minha aula acaba 11h
fiquei ajudando a moça aqui
e estudando
td sim =)

Expedito: e procurando onde gastar dinheiro....

Clara: poooo pai
não é nem gastar
é SENHOR DOS ANÉIS
SEIS DEVEDÊS
por QUARENTA reais

Expedito: no xopin oi deve ser uns 20

Clara: aposto que não tem os extras!
no Oi

Expedito: vou comprar. aniversario de 2010. ok?

Clara: aniversario de 2009, que tal?

Expedito: prescreveu

Clara: nem
só prescreve depois de 5 meses

Expedito: sou eu que legislo

Clara: nem é
vc é o executivo
eu sou o legislativo
sou o judiciário tb

Expedito: eu sou ambos os três. vc é bicuda no terceiro

Clara: privar sua filha de senhor dos anéis é inconstitucional

Expedito: ainda tem 4,44 de frete!!!!

Clara: custas judiciais

[obs: meu pai está sendo irônico quando ele diz ambos os três. gaiatices são de família.]

21.5.09

O fenômeno Chuck Bass

Ok. Encaremos os fatos: Eu sou geek, estudante de Direito, viciada em um MMORPG com sprites pixelados, fã do Idelber Avelar, tenho uma atração inexplicável por votos de ministros do STF... Mas olha, não tem como. Chuck Bass é mais do que eu posso aguentar. Vou explicar como aconteceu.

Chuck Bass começa a primeira temporada de Gossip Girl tentando agarrar a Serena como chantagem por ter visto ela com o Nate. Chuck é um babaca completamente mimado pelo poder e pelo dinheiro, com sérios distúrbios sexuais de bônus. O lado mais humano dele grita desesperadamente pela aprovação paterna, refletida única e exclusivamente na concessão de MAIS poder e MAIS dinheiro.

Até que Blair sobe no palco e... bem, assistam aqui.

Sério. A cara do Chuck na hora da dança é de revolução. A sinceridade de toda a cena da limousine se resume num "are you sure?". Daí vem os segredinhos, a amizade do Chuck com o Nate, como ele faz de tudo pra preservar...

Por um momento ele volta a ser um babaca, é verdade. Algumas mini-chantagens, tormentas... Mas daí você começa a sacar qual é a dele, logo quando o Nate descobre. Ele realmente quer a Blair. E todos os joguinhos malucos que se seguem entre os dois, o não-poder-estar-junto. Daí ele nega e diz que não quer ela coisa nenhuma. Arrã, Chuck. Não acreditamos.

Todos os problemas de Chuck revelados: se sente culpado pela morte da mãe no parto, o pai sempre muito frio e distante, ele e Blair no vai-não-vai... De repente, o monstrengo dos primeiros episódios vira um cara de verdade. Ok, extremamente rico e gato demais pra ser real. Mas estamos falando de verossimilhança. E todos os defeitos são reais, justificáveis, e estão sendo combatidos loucamente durante todo o tempo.

Ele pira quando a Blair arruma o namorado da realeza, mas pira DE VERDADE quando o pai morre. De jogar coisas, fumar ópio, fazer barraco em funeral e acusar os outros de assassinato. Mas, logo depois, vemos ele topando que a Lily o adote (ainda que pra foder a vida do seu tio que quer colocar a mão no dinheiro [/clichê]), indo morar na casa dela, falando manso e triste por ter perdido seu pai que tanto admirava.

Nesses episódios dessas duas temporadas vimos Chuck crescer. Tá bom, todo mundo meioquecresceu (menos o imbecil do Dan, a idiota da Vanessa e a songa-monga da Serena), mas o Chuck se revelou. De repente, você sente uma vontade incontrolável de se redimir por todas as coisas feias que você desejou que acontecessem a ele no começo (tipo enforcá-lo no próprio cachecol).

O que é o episódio 2x23, minha gente? Chuck dizendo na cara da Blair que é só um jogo, pra ela virar as costas e ele falar pra Serena que na verdade É AMOR, mas que ele não pode fazer ela feliz então ele vai DEIXAR ELA IR EMBORA?

O que é o episódio 2x24, minha gente? Chuck realiza todos os sonhos de criança de Blair, que ele leu num SCRAPBOOK que ela guarda embaixo da cama, e faz com que ela seja Prom Queen junto com o namoradinho babão (gato! mas babão) que é o Nate?

O que é o episódio 2x25?! Mano, não tenho coragem de TRANSCREVER a cena final, porque né, qualquer coisa que eu escrevesse que não tivesse os olhos do Chuck não seria nem metade grasinha do tanto que foi.

Então, homens do mundo, aprendam uma coisa: Não, nós não gostamos do Chuck (só) porque ele é milionário, lindo e sarcástico de um jeito infinitamente sexy. NOOO. Nós gostamos do Chuck porque ele tem defeitos, porque ele é DE VERDADE (já expliquei meu conceito de 'de verdade'), porque ele não é tipo o Nate, cujo maior problema é o pai que sonegou impostos, fugiu e deixou ele pra trás COM VERGONHA mas com todos os ternos Armani e cabelo penteado.

Queremos um cara que se desequilibre quando a gente conhece um príncipe de verdade, saca? Um cara que tenha timing. Que tente realizar nossos menores anseios (ok que ir pra França comprar meias pra Blair não é tipo 'menores'), que não seja tão cheio de si a ponto de achar que já ganhou o jogo antes de começar a jogar.

Daí é isso. Eu amo o Chuck Bass, porque ele me conquistou.



Obs: Sim, eu sei que ele só existe na TV. E não, não tenho a pretensão de que os homens sejam metade do que é Chuck Bass. Se tiver olhos brilhando, sorriso, timing e sarcasmo, já é Jackpot.

Em tópicos:

- "Can you say it twice?" ... "No, seriously, can you say it twice?" Duas palavras pra resumir a Season Finale de Gossip Girl: CHUCK BASS.
- Eu continuo com pânico de telefone. Mas está sendo trabalhado :P
- Ministro Ricardo Lewandowki conseguiu dar um voto de 56 páginas na ADI 3510 que fala nada sobre tudo, envolvendo minotauros, George Orwell, blastocistos e placentas, etc etc etc. Cultura.
- Good Hair Week, God bless dexpantenol, amen.
- Eu e a preguiça da comunidade da UFMG no Orkut.
- Meu professor de Constitucional que não considera que dentro do devido processo legal estão inclusos contraditório e ampla defesa.
- Eu e minha prova de filosofia, em que serão cobrados os seguintes filósofos: Descartes, Hume, Kant, Hegel, Locke, Hobbes e Rousseau. Sexta-feira que vem. 7 dias, um filósofo por dia?
- Artigo sobre Lei da Imprensa pra sexta que vem. 1,5 páginas por dia?
- Donald "Mamãe" Trump mandou um YOU'RE FIRED pra moça maluca que trabalhava aqui em casa. Aí ela me pediu encarecidamente para faltar aulas amanhã e na segunda que vem. - Mais tempo pra estudar, já que, de acordo com o meu amigo Mateus, estudar e ir à aula são coisas totalmente incoerentes. Como você consegue estudar se tem um mané na sua frente falando um tanto de bobagens?
- Preciso começar a tentar aprender Direito Penal, sério. SÉRIO.
- O twitter é mais legal em horário comercial. Já já o unfollow come solto.
- Preciso tomar um banho ASAP depois de um dia de FD.
- Nhenhenhenhe, tou feliz x} Bjsmeliga

20.5.09

Sonhos

Estava na terra dos prédios-caixa, com suas garagens expostas e os campos nem tão verdes. Números e letras como referências; N, 10, J, 1. Invisível, entrou no quarto. Olhava pro cara sentado atrás da mesa, que olhava para onde ela estaria. Quando o medo tomou conta e a invisibilidade foi questionada, virou as costas e saiu. No quarto anexo, esperou. Os passos atrás denunciaram: ele a vira. E mais! Fora atrás dela. Mas foi só os olhos se encontrarem para que os braços se abrissem e ela pulasse. Pulou e se agarrou a ele, com as pernas na cintura, mão na nuca e soluços. Depois, a dor e a surpresa e as verdades e as muitas lágrimas. Daí o problema. Não tinha mais espaço pra ele. Não na terra dos prédios-caixa, mas na vida dela. Sentaram-se e deliberaram sobre como resolver. Aí ela percebeu que tudo aquilo era um sonho. Acordou e sentiu-se aliviada por ser invisível de verdade. Pois passaria tantas vezes quisesse no quarto e o cara sentado atrás da mesa jamais levantaria os olhos. Sem dor, sem surpresa, sem verdades e, acima de tudo, sem lágrimas.

19.5.09

Banana Phone

Boo Ba Doo Ba Doop

18.5.09

BURST

Estou sozinha em casa, ninguém veio almoçar. Aí eu servi meu prato e vim pro meu quarto, quando a moça que trabalha aqui (não por muito mais tempo, vos digo) vem me dizer que arrumou a mesa pra mim. E eu, educadamente, digo: Obrigada, mas vou comer aqui. Ela, insistentemente, diz que arrumou a mesa, que já serviu tudo por lá. Sorrindo, eu respondo que obrigada, mas eu já estou comendo. Aí ela inicia um tratado sobre como ela sente muito por ter servido a mesa, sendo que eu gostaria de comer no meu quarto; como ela se sente mal por tudo isso. Eu paro de ouvir. Meu almoço é frango é pão de queijo. Estou satisfeita. Vou buscar água, e ela vem me dizer que tem suco. Eu digo: Ok, mas eu quero água. E ela diz: Mas o suco é de maçã e está gelado. Eu digo: OK, mas eu já estou bebendo água. E ela inicia um tratado sobre como ela sente muito por não ter me oferecido suco antes que eu tivesse bebendo água. Quando eu estou no meu quarto, comendo meu frango com pão de queijo e água, ela vem me dizer que tem macarrão. Eu digo: Eu já acabei de almoaçar, obrigada. E ela continua sentindo muito...

Hein, me diz, me diz se eu mereço.

GNAG

Pessoa diz:
ow
Pessoa diz:
vai ter uma simulação no Loyola
Pessoa diz:
me chamaram pra ser presidente do STF
Pessoa diz:
quer ser minha assistente?
Clara Coutinho diz:
gnag
Clara Coutinho diz:
quero
Clara Coutinho diz:
posso usar capinha?

17.5.09

Domingão

Dia de almoçar fora. Mamãe me diz que eu devo ir ao shopping com minha irmã que quer comprar uma calça de ginástica (não foi uma sugestão) e me chama para ir à missa com ela (não foi um pedido). Organizo de modo que ainda dê tempo de compor a Vanguarda Gastronômica Dominical em busca do melhor sanduíche da cidade. Claro, ainda tenho alguns afazeres acadêmicos no meio dissotudoaí, e minhas enrolações e frescurinhas que permeiam o primeiro dia da semana. Aproveitarei para comprar a blusa vermelha que eu tanto quero há tanto tempo, e tentarei esquecer por alguns segundos que só tenho R$0,75 de crédito no meu celular.

16.5.09

Encontrar pessoas na rua

... é um porre.

Nada pessoal, pessoas que me encontram na rua. Mas saibam que se eu as vir, a não ser que vocês sejam pessoas relevantes na minha vida, eu darei um jeito de fingir que não as vi. Se cumprimentar for inevitável, serei a pessoa mais simpática do mundo.

Mas que é um porre, isso é.

Revelações

gabi. diz:
o avôoo de quinzeanooos
gabi. diz:
era PRIIIMO
gabi. diz:
de psicodélico guimarães rosa
Clara Coutinho diz:
LOL

Porque só ela pra ficar sabendo de fofoca literária familiar e me contar =D

13.5.09

Playmobil Way of Life

Acordar 6:20. Tomar banho, ligar o computador, pegar as calças mais confortáveis, a blusa mais velha e indie, colocar o colarzinho com o C. Café da manhã na frente do computador, pra ler as notícias e reclamar no MSN dessa vida de nerd-madrugadora. A bolsa já pronta, faltando só o iPod que carrega. Escovar os dentes, dar beijo de bom dia no papai e na mamãe, ir pegar o ônibus.

Esperar uma eternidade pro ônibus vir vazio. Ter o valor da passagem em trocados. Na frente do ponto que desço, sentir meu celular vibrar com uma mensagem de um amigo fofoqueiro (sim, as pessoas fofocam antes de 7:30). Ver a fila do elevador da faculdade chegar na esquina. Ter uns 15 minutos de conversas despretensiosas com pessoas que não se encontram no mesmo andar. Entrar na sala e dar bom dia e high fives pros meus melhores amigos. Sentar no fundão e abrir o caderno. O caderno e o moleskine, pra compilar as passagens mais importantes da conjuntura atual. Debater ideias descompassadas, receber os trabalhos de Filosofia do Direito.

Sair correndo da sala pra pegar elevador. Pagar o lanche no cartão de débito. Dar apoio moral pra amiga a fazer um trabalho de Dir. Internacional Público em 20 minutos, na Lan House do lado da faculdade. Esbarrar com amigos no caminho, voltar pra sala de aula. Mais moleskine, mais caderno, mais rabiscos. Mais debates, mais retórica, mais cochichos, menos paciência. 

Receber um oitenta porcento na matéria mais detestável, descobrir que a linha do ônibus da volta tá em greve. Ir pro outro ponto pegar a linha da ida. Chegar em casa atrasada, cansada... mas feliz. Bem feliz.

12.5.09

O que a criatividade não faz...

Hahaha. Cliquem aqui.

Morri de rir. Buddy Poke é o que há.

11.5.09

Eduardo Galeano, in “O livro dos abraços”

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar!”

Poesia não tem esquerda nem direita.

Os Homens e os formulários online

Semana passada, mais especificamente na quarta-feira, depois de um feriado um tanto quanto reflexivo, turbulento e impulsivo, resolvo cumprir uma promessa feita ao meu grupo de amigos. Lançaria um edital para Cadastro de Pretendentes, em que o vencedor poderia vir a preencher o cargo de namorado.

A vaga existe. A vontade de ter alguém do lado também, diferente da pretensão de que formulários online seriam minha resposta e da pressa para que isso aconteça. Mas bem, se você está disponível, nada como se mostrar disponível. E ser muito específica no que procura! Daí uma série de perguntas básicas, sobre personalidade, defeitos, sonhos, dissertação sobre temas atuais (ok, foi só pra checar a ortografia, confesso), ex-namoradas psicopatas e, é claro, que nível de relacionamento estava sendo procurado.

Ao final de menos de 72h de formulário online, eu já havia obtido 45 inscrições, de caras dos mais variados cursos (impressionantemente a maioria esmagadora de Engenharias e Comunicação Social), querendo as mais variadas coisas. Alguns se limitavam a dizer do tamanho do próprio falo e marcaram a opção "I just want to bang bang bang" no nível de compromisso desejado. Resultado previsível, haja vista que eu estava brincando numa comunidade do Orkut, totalmente mais despretensioso do que o parperfeito.com.br.

Mas confesso, sempre me pareceu interessante perceber o outro lado e por ele ser percebido. A maior parte dos caras marcou que adoravam participar de seleções, e por isso estavam preenchendo o formulário (outra opção era o fato de eu ser interessante, vejam bem). Li desabafos, como um cara que não faz sexo no primeiro mês, um cara que topa um relacionamento monogâmico desde que não se use o termo "namoro", um sujeito que queria só uma peguete de verão porque mora a milhares de quilômetros daqui, um cara que quer ser pai, um sujeito que quer mochilar o mundo, um que quer ser correspondente internacional. E os vários caras que querem ganhar na Megasena, é claro.

À parte os brincalhões que não queriam nada, muitos tentaram uma abordagem bem humorada pra me convencer ("para bom entendedor, um cara GRASI"), outros preencheram como se estivessem me fazendo um favor e outros queriam só se apresentar de forma adequada a uma completa estranha. Nessas horas você vê que brasileiro não pode ver fila nem concurso que já quer participar.

No fim do processo seletivo, posso dizer que conheço um pouco mais dos meus amigos e colegas com quem convivo nesse mundo de informações que não foram pedidas e não serão gravadas. Sei quem são os tímidos demais, sérios demais, caretas demais ou desinteressados demais para preencher um formulário e, dos que não são, sei mais ainda. E, de quebra, ainda fui chamada para um first date e arrumei uns três amigos-confidentes.

Como eu disse em outra ocasião, se eu soubesse que ia ser assim, talvez tivesse lançado o edital antes.

7.5.09

Ser seu ser

Não tenho a intenção de achar um outro eu, você em mim
Vesti minha carapuça em filmes sem final feliz.

Só de ter que me enfrentar como um dia eu já fiz - e perdi...
Prefiro não saber ler minhas mãos e apanhar como aprendiz.
Eu sei que fui eu que pintei, com meus finos traços, num papel.
Ultrapassei limites, margens, voei a um céu 
só pra me ver além, bem mais do que um dia eu me vi
E me encontrar,  e me desafiar por aí.

Caímos na esquina para escolher entre duas saídas,
uma na contramão, ou fim, e outra a favor do enfim.

Não querer te procurar já foi quase te encontrar por aqui...
E me atormentar foi me tirar tal "paz" de estar sem sorrir
Todo esse tempo eu tentei negociar, sem ter noção,
ao me entregar a tal dilema entre o meu sim entre o seu não.

Ser bem mais que um dia eu já fui sem ter a ti.
Ser capaz de te desafiar e ganhar, por fim.

E me fez bem mais do que sou
fui além do alguém que nunca fui... Você .


Contraplonge é uma banda do Rio de Janeiro, de uns amigos meus que são simplesmente fantásticos. A música Ser Seu Ser é a 8ª faixa do CD deles, Mise en scène. É minha favorita s2

6.5.09

Preciso

me dar acesso ao portal da capes ler a adpf do caso da lei de imprensa marcar com a cê pra escrever o artigo fazer a leitura dos lattes dos concorrentes ao cargo de professor de direito penal da fdufmg soltar circular sobre o caso voltar a fazer terapia não faltar na academia tirar mais de oitenta por cento em todas as provas pegar bibliografia sobre lei de imprensa começar a fazer levantamento de artigos pra pesquisa cortar meu cabelo fazer o orçamento do mês de maio ler todos os meus feeds no google reader achar uma nutricionista decente sincronizar minha agenda do ipod com o google calendar pagar o caderninho da corrupiola que eu comprei via internerd procurar um homeopata esperar sair o resultado da bolsa auxílio do cnpq levar minhas calças jeans pra consertar arrumar meu quarto ler todos meus e-mails acabar de ler os livros que eu comecei a ler carregar o cartão bhbus lembrar de mandar e-mails pra todo mundo que eu tenho que mandar upar minha mage no ragnarok e agora minha merchant também pagar o escaninho da academia ligar pra arquiteta que vai fazer meu quarto marcar dentista e ortodentista ter uma vida social minimamente satisfatória


e não enlouquecer.

Te dou DOIS dados?

gabi. diz:
se nós duas não nos casarmos
gabi. diz:
vamos virar vovó dom e vovó nena

--
Vovó Dom e Vovó Nena são duas tias-avós nossas, que, por terem ficado solteiras, moraram juntas a vida toda.
Vó Dom faleceu ano passado, e Vó Nena agora mora numa casa de repouso - por escolha própria.


gabi. diz:
ai né
gabi. diz:
no coisa do pão de açuçar [compras online] tem um campo enorme
gabi. diz:
pra vc explicar como chega na sua casa
gabi. diz:
tipo oi?
gabi. diz:
colei link do google maps, óbvio

--
e ninguém entende porque é que a gente é prima gêmea...

5.5.09

Guerra

De um lado, erguiam suas armas e esperavam. Do outro, gritavam e preparavam a investida a qualquer momento. O suor, o batimento acelerado, o conflito e a tensão estavam sólidos. A guerra começou. Iam uns de um lado, continham-nos os do outro. O equilíbrio gerava a espera, que gerava ação e que se desequilibrava em segundos. Ia-se de um lado, continha-se do outro, alternando forças e vencedores. Findou-se a guerra, no que o rapaz largou o telefone: não ligou. De qualquer modo, vencera a solidão.

3.5.09

2009


Curso de Diva pt I

Fazendo o que se quer fazer, como se quer fazer, se quiser fazer. E aí é simplesmente fantástico como se cresce de olhos fechados e cabeça leve. O paradoxo da previsão do fato certo e da frustração do acontecimento previsto - só porque houve a previsão. Seria Murphy se não fosse excelente. É quando a merda deixa de ser merda e vira só um evento. Sem maniqueísmos de certo ou errado, sem danos, todo mundo feliz e anotando no pé da página que mais coisas hão-de-vir. E ah, ô se hão...

1.5.09

Na madruga, boladona

gabi. diz:
vou te passar ja ahuehaue
gabi. diz:
como diabos tu demorou tanto tempo o_O
gabi. diz:
a gente ja jogando mesmo no mesmo server?
gabi. diz:
aheohe
Clara Coutinho diz:
ou
Clara Coutinho diz:
eu tenho vida social ok
Clara Coutinho diz:
ahahahha
Clara Coutinho diz:
*ZOEI*

(obs: são nem 22h, mas eu tava num casamento. Inexigibilidade de conduta adversa PONTO.\)

30.4.09

29.4.09

Laranja

Bebia seu suco medindo o tempo da espera, com pouca paciência e muito método. A mesinha na calçada, a plaqueta do café. Ácido seria o momento quando ele chegasse, e ela lhe diria: "eu não o amo mais, adeus".  O fim de tarde coloria seu vestido, contrastando com a sombra que pairava sobre si. Quando o homem da esquina acelerou o passo a seu encontro, o coração acompanhou.  O copo e a coragem chegavam agora à metade. Quando doce ele sorriu, ela hesitou. No último gole, o gosto da laranja era amor.

s2 Ainda do Doppel

28.4.09

Logs de amor <3

gabi. diz:
amei dança do ventre?
Clara Coutinho diz:
jura? :3
gabi. diz:
sim
Clara Coutinho diz:
faz uma gipsy no ragnarok então CARALHO

Sete

Depois da 7ª, nada mais importava. Em pensamento, fazia chover distâncias entre o que vivera e o que desejara. Quem antes fora? As lembranças faziam ferver a vontade de a ver mais uma vez. Dissera o que não devia, fizera o que não queria. Agora, que arcasse com as conseqüências. Imbecil! A chance se foi, o fato se fez: ela não o ama. Não o ama! Em cada segundo que seguisse em sua existência fácil, far-se-ia saber: sete vidas levaram para que houvesse, de fato, um fim. Enforcou-se em setembro. Trovejava. 


Do melhor projeto de escrita que eu já participei. Eu e o Bruno escolhíamos temas (geralmente uma palavra sem significado absoluto), desenvolvíamos em 500 caracteres e trocávamos. O Doppel Projekt durou umas duas dezenas de pares de textos. Deixou saudades. Em mim, pelo menos. 

27.4.09

Folkin' Around

Allow me to exaggerate a memory or two
Where summers lasted longer than, longer than we do
And nothing really mattered except for me to be with you 
But in time we all forgot and we all grew

Your melody sounds as sweet as the first time it was sung 
With a little bit more character for show
And by the time your father's heard of all the wrong you've done 
Then I'm putting out the lantern find your own way back home.

If I'd forgotten how to sing before I'd sung this song 
I'll write it all across the wall before my job is done
And I'll even have the courtesy of admitting I was wrong
As the final words before I'm dead and gone

You've never been so divine in accepting your defeat 
And I've never been more scared to be alone. 
If love is not enough to put my enemies to sleep
Then I'm putting out the lantern find your own way back home


Minha. Música.
Digo mais nada. Só que ela tá no loop enquanto eu morro pra tentar achar um certo NPC em Payon [/Ragnarok].

25.4.09

Máscaras sociais

Dia desses vi um amigo meu de longa data andando com uma menina cujo santo não bate com o meu. Brinquei com ele, disse que ele precisava escolher melhor as companhias, me referindo a mim e a ela, quando ele veio dizer que a menina me achava uma chata, e havia declarado isso a ele naquela ocasião. Isso me surpreendeu. Nenhum problema em ela me achar uma chata, haja vista que por diversas vezes motivo eu dou e que ela também é uma chata.

O problema foi ela ter saído do lugar em que ela estava, uns 15 minutos antes do ocorrido, e ter tido o trabalho de vir me cumprimentar e perguntar como eu estou, como vai a vida, se eu tava gostando da música do lugar, etc. Olha só! No auge da minha supereducação, quando eu encontro alguém que  eu não morro de amores por, mas conheço ainda que só de vista, nada como um sorriso simpático, um alô distante e, em caso de esbarrão, um beijinho no rosto e aquele tapinha nas costas.

Qual a necessidade de ser simpático em excesso com pessoas com as quais nós não gostamos? Masoquismo não me parece uma reposta qualificada. Meu palpite é: queremos ser amados por quem odiamos. Claro, porque é simplesmente INJUSTO que nós percamos tempo da nossa vida criticando, apontando, questionando pessoas que nem sabe que nós existimos... Ou pior: que sabem, mas que não se importam.

23.4.09

A beleza do bom senso

Ainda sobre o pau quebrando no STF, deu no blog do Josias de Souza... 

"(...) Entre os oito presentes, houve reprovação unânime ao comportamento de Joaquim Barbosa.
 
Divergiram, porém, na forma de reagir. Peluso sugeriu uma censura pública a Joaquim. Foi apoiado por Carlos Alberto Menezes Direito.
 
Marco Aurélio Mello, um desafeto de Joaquim, divergiu. Disse que não subscreveria nenhum documento que contivesse censura a um colega.
 
Insinuou que uma reprimenda explícita poderia abrir caminho para um pedido de impeachment contra Joaquim no Senado.
 
Disse de resto que, sentindo-se irremediavelmente ofendido, Gilmar teria a possibilidade de representar judicialmente contra o ofensor.

(...) 

Em vez da censura a Joaquim, optou-se por um texto que prestigiasse o presidente do STF. Coisa curta, subscrita por todos.
 
Os oito reafirmaram “a confiança e o respeito ao senhor ministro Gilmar Mendes”. E lamentaram o ocorrido." 

... sem censurar o Min. JB! (grifos todos meus)

Depois me perguntam porque que eu gosto do Min. Marco Aurélio! Amigos: amigos; confusões político-jurídicas à parte. 

22.4.09

Pau quebrando no STF

Nunca fui com a cara do Joaquim Barbosa, mas dessa vez ele falou o que o Brasil queria falar.



 (Um dia ainda vou usar essa capinha horrosa)


E aí o meu queridissímo Min. Marco Aurélio sugeriu que a sessão fosse encerrada, e o apelou-perdeu-presidente-do-STF marcou coletiva sobre o assunto. Gilmar Mendes rindo de nervoso é o auge do vídeo, falei.

Vi no Nassif.

16.4.09

Dezesseis de abril

Dia ruim pra começar. Mas a gente começa mesmo assim.