29.4.09

Laranja

Bebia seu suco medindo o tempo da espera, com pouca paciência e muito método. A mesinha na calçada, a plaqueta do café. Ácido seria o momento quando ele chegasse, e ela lhe diria: "eu não o amo mais, adeus".  O fim de tarde coloria seu vestido, contrastando com a sombra que pairava sobre si. Quando o homem da esquina acelerou o passo a seu encontro, o coração acompanhou.  O copo e a coragem chegavam agora à metade. Quando doce ele sorriu, ela hesitou. No último gole, o gosto da laranja era amor.

s2 Ainda do Doppel

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