Semana passada, mais especificamente na quarta-feira, depois de um feriado um tanto quanto reflexivo, turbulento e impulsivo, resolvo cumprir uma promessa feita ao meu grupo de amigos. Lançaria um edital para Cadastro de Pretendentes, em que o vencedor poderia vir a preencher o cargo de namorado.
A vaga existe. A vontade de ter alguém do lado também, diferente da pretensão de que formulários online seriam minha resposta e da pressa para que isso aconteça. Mas bem, se você está disponível, nada como se mostrar disponível. E ser muito específica no que procura! Daí uma série de perguntas básicas, sobre personalidade, defeitos, sonhos, dissertação sobre temas atuais (ok, foi só pra checar a ortografia, confesso), ex-namoradas psicopatas e, é claro, que nível de relacionamento estava sendo procurado.
Ao final de menos de 72h de formulário online, eu já havia obtido 45 inscrições, de caras dos mais variados cursos (impressionantemente a maioria esmagadora de Engenharias e Comunicação Social), querendo as mais variadas coisas. Alguns se limitavam a dizer do tamanho do próprio falo e marcaram a opção "I just want to bang bang bang" no nível de compromisso desejado. Resultado previsível, haja vista que eu estava brincando numa comunidade do Orkut, totalmente mais despretensioso do que o parperfeito.com.br.
Mas confesso, sempre me pareceu interessante perceber o outro lado e por ele ser percebido. A maior parte dos caras marcou que adoravam participar de seleções, e por isso estavam preenchendo o formulário (outra opção era o fato de eu ser interessante, vejam bem). Li desabafos, como um cara que não faz sexo no primeiro mês, um cara que topa um relacionamento monogâmico desde que não se use o termo "namoro", um sujeito que queria só uma peguete de verão porque mora a milhares de quilômetros daqui, um cara que quer ser pai, um sujeito que quer mochilar o mundo, um que quer ser correspondente internacional. E os vários caras que querem ganhar na Megasena, é claro.
À parte os brincalhões que não queriam nada, muitos tentaram uma abordagem bem humorada pra me convencer ("para bom entendedor, um cara GRASI"), outros preencheram como se estivessem me fazendo um favor e outros queriam só se apresentar de forma adequada a uma completa estranha. Nessas horas você vê que brasileiro não pode ver fila nem concurso que já quer participar.
No fim do processo seletivo, posso dizer que conheço um pouco mais dos meus amigos e colegas com quem convivo nesse mundo de informações que não foram pedidas e não serão gravadas. Sei quem são os tímidos demais, sérios demais, caretas demais ou desinteressados demais para preencher um formulário e, dos que não são, sei mais ainda. E, de quebra, ainda fui chamada para um first date e arrumei uns três amigos-confidentes.
Como eu disse em outra ocasião, se eu soubesse que ia ser assim, talvez tivesse lançado o edital antes.
Lisonjeado pela parte que me toca, GRASI.
ResponderExcluirisso qer dizer q eu n ganhei? kkkk
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